28 de setembro de 2014

Sobre as Mochilas (e o Conteúdo das Mesmas)

   Antes de mais, gostaria de referir que apaguei a entrada anterior, de ontem; talvez já tenha havido alguém que se apercebeu disso. Para aqueles que se estejam a interrogar quanto às razões dessa minha acção, basicamente, fi-lo porque, ao reler a entrada, considerei que era demasiado crítica, ofensiva, até, para ficar assim, a descoberto, ao alcance de todos, expondo-me, em última análise, a um certo grau de perseguição mal-intencionada; não desejando ser alvo de processos judiciais por parte das instituições implicadas, decidi conter o meu instinto acusatório, pelo menos, até considerar que chegou o momento apropriado para as criticar, com razão e efeito, e com a força do número de apoiantes (que, neste momento, me parece deveras reduzido...) a suportar o meu esforço.

   Assim, hoje, gostaria de falar, apenas ligeira e superficialmente, do problema de muitos estudantes (talvez mais grave no caso dos das faixas etárias mais jovens, ou seja, os que frequentam o 1.º e o 2.º ciclos). O título, como sempre, denuncia-me: as mochilas, e todo o peso que carregam. Antes de mais, tenho de referir que apenas me junto a um coro de vozes talvez cada vez mais numeroso, entre pais, professores e até mesmo médicos, que sabem, se bem me recordo, que carregar mais do que 10% da massa corporal é nocivo para a saúde.

   Ora bem, a mochila é, por si só, um objecto útil. Serve para transportar uma quantidade mais ou menos grande de objectos, de uma forma prática e organizada, distribuindo mais ou menos equitativamente o peso pelos ombros. No entanto, para os estudantes, representa muito literalmente um peso em cima dos ombros, contendo todos os livros e cadernos, canetas e lápis, calculadoras e compassos, réguas e esquadros - enfim, todo o material necessário - durante todo o dia. É certo que pode haver (talvez não em todas as escolas, isso já não posso afirmar) locais onde depositar o material: os cacifos; mas, convenhamos, quando há trabalhos de casa (de que terei certamente de falar, mas não agora), esse material tem de ser trazido, ou, até, para que se possa realizar o estudo diário (para os que adoptam essa estratégia), e posteriormente (no dia seguinte) levado de volta para a escola.

   Com isto, quero dizer que, praticamente todos os dias, os estudantes têm de carregar, talvez durante mais de uma hora (no mínimo), um peso que, em muitos casos, deve superar os tais 10% da massa corporal do aluno (neste contexto, uso “massa” e “peso” com a mesma acepção, embora saiba que, cientificamente, isso está incorrecto, para não resultar numa frase confusa). Ora bem, isto está, clara e obviamente, mal. A não, claro, ser que queiramos uma sociedade futura de, desculpem-me o termo algo ofensivo, marrecos.

   Assim, tenho de propor uma mudança (que, de certa forma, já está a começar a tomar forma), a não ser, claro, que se implemente o sistema que compõe a minha teoria principal. Sugiro, então, que se faça a transição para os chamados e-manuais, sendo todos os livros acedidos a partir de um tablet ou equivalente, distribuído aos alunos por uma iniciativa tipo Magalhães. Talvez ainda pudesse acrescentar parte da minha ideia principal, no que toca ao facto de os cadernos serem também com recurso a esse tipo de tecnologia, com uma detecção do toque ainda mais precisa (ter-se-ia, claro, de aferir a exequibilidade em termos técnicos deste pormenor), podendo reconhecer uma ponta tão fina quanto a de uma caneta normal (para uma experiência de escrita praticamente igual à “tradicional”). Assim, bastaria ao aluno carregar um tablet e a “caneta” para escrever (ou, sem a detecção mais precisa, um tablet e os cadernos, bem como os restantes materiais de escrita necessários) para estar preparado para todas as eventualidades de aulas.

   Enfim, já me alonguei mais do que o que pretendia. Se quiserem, comentem. De resto, um bom início de semana a todos… por mais que nos custe…

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